24 março 2006

e agora, algo de completamente diferente

Os últimos dias foram intensos, cheios de emoções. A nossa vida faz-se agora entre a faculdade e a faculdade. Até estou a escrever, pela primeira vez, a partir de um dos laboratórios aqui da UCP. Já não vemos a cama como deve de ser há muito tempo, e a vida em comunidade por aqui, entre nós e com as outras produções, começa a parecer o Big Brother. Como podem ver (ou ler) isto está-me mesmo a afectar a cabeça.

Na terça feira fizémos um teste ao som e imagem no Ilídio Pinho, que é o auditório onde será a estreia. Em termos de imagem não ficou muito mal, embora as cores sejam um pouco diferentes das que estamos habituados a ver, e esteja bastante mais escura. A este nível estamos a fazer alguns melhoramentos (pormenores), porque no essencial está efectivamente pronto (e como será um projector HD, tudo será diferente). O som, não soava mal, mas nós sabíamos que não ia ser aquilo porque não tivémos tempo de acabar a parte sonora a tempo. Três semanas para fazer o som de um musical tão complexo é muito pouco tempo. Esta questão deixou-me muito preocupado nas últimas semanas porque achei muitas vezes que não íamos ter tempo de fazer o som para a estreia. Hoje já estou mais descansado e entusiasmado. A banda sonora já está pronta (e só foi preciso umas correções à primeira versão porque o Artur fez mesmo aquilo que nós queríamos), e dá uma nova dinâmica ao filme. Em termos de som já gravámos tudo com os actores, os foleys, e ambientes sonoros, e estamos neste momento a acabar a sincronização e a começar a equalização e mistura. Como estávamos com pouco tempo optámos por pedir ajuda a mais algumas pessoas de som e dividímos o trabalho por todos. Neste momento a Joana Mesquita está comigo a trabalhar a parte rítmica da música (que estava muito monótona e repetitiva) e tem sido complicado convencê-la a cortar instrumentos e a alterar-lhes a cadência, porque ela é mesmo perfeccionista - algo de muito complicado quando se está a correr contra o tempo...
Ao mesmo tempo o Luís trata de tudo o resto. E como problemas técnicos tem sido o que não nos tem faltado ainda hoje tívemos de regravar alguns sons, como o fumo que foi gravado com uma lata de spray !!! (que por acaso era minha...) Ideias para o som há muitas... falta é tempo para as pôr em prática. Mas quem sabe se no dvd o filme não terá um versão tipo "director's sound cut" ou algo do género, com uma parte sonora melhorada.
A animação 3d que o João Seabra fez tem sido incansavelmente alterada várias vezes para chegar onde nós queremos, e também porque, já mudei de ideias várias vezes quanto a esse assunto. Ainda vamos fazer uma nova versão, mas não sei se vem a tempo da estreia!

(continua a custar à Joana mudar os ritmos... ghrrrr...)

A divulgação tem sido feita de várias maneiras. Chegaram os cartazes da gráfica que já estão espalhados por aí. Fizémos uns flyers que também já voam (que trocadilho foleiro!). A Susana anda "entretida" a preparar os kits para divulgação que terão muitas informações e algumas surpresas sobre o filme, e futuramente o Dvd, ao mesmo tempo que a Teresa anda a enviar convites, e a fazer a ponte com a imprensa (também já foi enviado o press release).

(Joana!!!! corta... sem medos...)

No meio de tudo isto ainda tivémos tempo para apresentar o trailer (que em breve estará aqui para download) assim como o making of, numa mostra que houve no Bar das Artes ontem à noite, e a verdade é que foi um sucesso.
Bom, começo como acabei. Sentado, na faculade, onde ando dividido entre as várias salas nos vários andares, e que tem sido nossa casa nos últimos dias, mais até do que na altura da produção. Ou é do cansaço, de não termos horários certos ou de outra coisa qualquer, mas temos estado todos muito estranhos ultimamente... desde os nossos desejos súbitos por fast-food ou por gelados, às doenças e dores que nos vão atingindo a todos, ou às danças que fazemos às 5 da manhã nos laboratórios da UCP, com os seguranças a micar tudo pelas câmaras, as corridas nos corredores, a chuva, a música dos instantes decisivos, e as suas versões adulteradas (hum...), enfim... antes do devaneio estava a dizer que continuo a escrever num Mac com um teclado rançoso (peço desculpa pelos erros!), cheio de sono, mas desperto para o filme que continua aqui a nascer (parto difícil... hey Joana!? ai, ai, ai... vou cortar eu...) até porque estamos em regime militar, e o capitão aqui no que diz respeito a isto é o Dani, que tem o cargo mais "odiado", já que o peso da responsabilidade de cumprir horários e prazos é dele, o que o faz pressionar toda a gente, e bem! :-)

A nossa editora, e Joana Deusdado, que tem com certeza um complexo de inferioridade (se calhar é por ser baixinha), ficou muito chateada por não falar nela no blog há muito tempo... assim sendo, já de seguida, um post inteiramente dedicado a ela.. ah? quem é amigo?...

(Mesquita... vamo-nos chatear.... tira isso!!!!)

(escrito ao som de excertos (repetitivos) da parte rítmica daquilo que será o Paraiso Fiscal)