17 janeiro 2006

dia 3 - a destruição

O dia começou atrasado. Por vários motivos, mas o briefing matinal entre a equipa da realização para rever tudo o que se ia fazer de manhã, revelou-se como compensador deste atraso, já que a organização no set estava muito melhor. Mais uma vez a nosso organização esteve melhor na parte da manhã, o que é bastante estranho, já que somos todos muito noctívagos...
Se durante o fim de semana o set parecia um mar em tempestade (refiro-me apenas ao serem muitos actores e planos complexos), os próximos dias vão parecer um lago suísso... claro que o próximo fim de semana volta a ser complicado. Espero é que não seja um Titanic a afundar-se. (três metáforas estúpidas na mesma frase!)
A manhã era simples, só tínhamos um actor, e os planos em termos de cenário e continuidade não eram dos mais difíceis. O Francisco (Filipe Lobão) fez uma grande parte das suas acções. Basicamente ele destrói uma parte do cenário e atira grande parte dos adereços ao ar (clips, agrafes, folhetos, etc...). Ora, repetir cenas em que há adereços que são destruídos, os dezenas de clips espalhados que é preciso apanhar o mais rápido possível, é bastante caótico. Isto já para não falar das coisas que é preciso procurar porque não se sabem onde caem, e daquelas que ficam danificadas e temos de disfarçar para poder continuar a gravar. Mas é muito divertido gravar este género de planos, pois nunca se sabe o que vai acontecer, e coisas a ir pelo ar, a cair, a serem atiradas, proporcionam sempre momentos de grande humor! E também o actor é muito descontraído e divertido, o que ajuda a que o trabalho se faça com um grande prazer.
Mas se a manhã parecia simples, o mesmo já não se pode da tarde, em que para além do Francisco realizar as mesmas acções, rodámos a câmara 180 graus, e tínhamos agora a Zulmira (Maria do Céu Xavier) a empilhar capas, que nos vários planos tinham de estar em alturas diferentes, ao mesmo tempo que o Hélder (Ricardo Bueno) passava por trás a fazer a sua coreografia, ao mesmo tempo que se lançava o gelo seco para conseguir o fumo. Tudo em simultâneo e ainda sincronizado com os tempos da música. E claro, quando ficava mal, era uma correria com toda a gente a ajudar a apanhar as coisas, e a remontar tudo para regravar novo take.
Ainda pelos meio a cena em que a ventoinha voa, que foi por si só um filme para a gravar. Eram 3 pessoas a controlar a ventoinha para que ela voasse, caísse e se ligasse no momento certo. No último ensaio correu as mil maravilhas. Depois, fizemos 5 takes, destruímos a ventoinha e nenhum ficou perfeito... é mesmo assim, teremos de contornar a situação na edição.

Saldo do dia: ventoinha partida, carimbo de marca d'água partido, monitor do computador partido (este de propósito e com um grande prazer), metade dos clips e dos agrafos desaparecidos, os folhetos quase desfeitos, e ainda mais algumas coisas, fora o resto que já tínhamos conseguido destruir ontem. Resto-nos o vaso... esse só vamos partir no domingo!
No final do dia, revisão dos planos e mais uma vez saldo positivo, embora tenhamos um cenário caótico, com um problemas para resolver com a cortina, logo amanhã pela manhã.



Algumas imagens de ontem (amanhã prometo que ponho uma foto da equipa):

(escrito ao som de Mariza – Chuva)